Idealizada pelo artista e curador Armando Mattos, a mostra deste ano conta com visitas a ateliês de artistas, seminário e exposição, além da já consagrada residência artística bab, com início em julho.
Projeto iniciado em 2007, num galpão desativado na Orla Bardot, a Bienal Anual de Búzios – ou bab – cresceu e foi ganhando cada vez mais espaço e relevância na cena cultural do balneário. Sua primeira edição ocupou o centro de Búzios e, ao longo dos anos, foi se expandindo para as ruas, lojas e praças da cidade com produção ‘in site’ de artistas de destaque na arte contemporânea brasileira, como Alexandre Vogler, Anna Bella Geiger, Artur Barrio, Brígida Baltar, Rogério Reis, Felipe Barbosa, Laura Lima, entre outros importantes nomes. Este ano, a exposição “Rabiola”, de Armando Mattos – idealizador do evento -, é o fio condutor desta 16ª edição da bab. Ao contrário da rabiola de uma pipa, que tem a função de dar estabilidade, o artista e curador, com sua mente inquieta, “empresta” o seu processo criativo para ampliar o campo de exploração e vivência com a arte.
A prática de Armando Mattos é pautada por uma subversão elegante, em que toda ruptura com a tradição se dá com sutileza. Onde há permanência, que venha a efemeridade. Onde há suporte, que ele se transforme em elemento compositivo. Onde há matriz, que seja convertida em obra”, sentencia a crítica de arte e curadora Sylvia Werneck, sobre a obra do artista.
Uma das propostas é estimular e discutir o turismo cultural, ampliando a experiência vivenciada na cidade, proporcionando um intercâmbio entre a comunidade artística local e os artistas visitantes. Eles foram selecionados pela curadoria geral e pelos “bab lovers” Daniel Toledo, Felippe Moraes e Amanda Abi Khalil e chegam à residência artística para o convívio de uma experiência criativa em meio à natureza na segunda semana de julho. Através das oficinas, artistas locais convidados e o público em geral – incluindo moradores e visitantes são conduzidos a mergulhar no imaginário criativo de cada artista, apreendendo os conceitos e a materialidade das obras.
A Bienal Anual de Búzios (bab) é um espaço de experimentação artística que visa integrar artistas, moradores e visitantes em uma imersão sensorial na cidade através da arte contemporânea, fomentando assim o turismo cultural de experiência. O meio ambiente é tema da 16a. edição da bab bienal, que inaugura em julho desse ano com ações artísticas propostas para as areias e águas da Praia Rasa, em Búzios.
Há também visitas programadas aos ateliês e conversas com os artistas Luiz Randon, Raquel Saliba e Amélia Brasil, além do seminário
“Arte, Meio ambiente e Turismo”.
Participam do evento deste ano além de artistas os palestrantes:
Pablo Lafuente (diretor artístico do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro/MAM Rio);
Amanda Abi Khalil (curadora de arte independente estabelecida no Líbano e em Paris);
Ana Avelar (professora, curadora e crítica de arte);
Armando Mattos (artista e curador independente que expõe desde o final dos anos 70);
Sylvia Werneck (crítica de arte, curadora, pesquisadora e professora, especializada em arte contemporânea do Brasil e América Latina;
Maria Luisa Soares (conservadora da Fundação Casa de Rui Barbosa/MinC);
Fábio Bastos (engenheiro ambiental e pesquisador da flora local).
JULHO | módulo 1
Residência artística com os artistas convidados Daniel Toledo, Felippe Moraes, Camila Rocha, Karola Braga, Rodolfo Viana, Otávio Martins, Marcos Garuti
JULHO | módulo 2
Daniel Toledo, Mariana Leme, Kika Motta, Rafaela Miranda, Fernando Codeço, Armando Mattos.
BAB RESIDÊNCIA
Projeto Circuito
Felippe Moraes
Galeria N1
Fotografias de Marcos Bonisson
Rabiola de Armando Mattos
Hotel Areté
Visita aos ateliês e atividades nas praias e ateliês de cerâmica, block print e reciclagem apresentando a produção de artistas que tem seus ateliês na cidade.
AGOSTO E SETEMBRO
Seminário Arte, Meio ambiente e Turismo
Exposição Rabiola, de Armando Mattos
PALESTRA
Para esta edição da BAB, Sylvia Werneck busca analisar como as práticas artísticas se relacionam com as características e circunstâncias de Búzios e arredores. Ao longo dos séculos, a região foi palco de sangrentos conflitos (tanto entre diferentes povos autóctones quanto entre estes e invasores), ponto de tráfico de pau-brasil e de desembarque de pessoas escravizadas. Nos últimos 100 anos, passou de isolada vila de pescadores a destino de turismo de luxo, trazendo a reboque a especulação imobiliária e impactos ambientais.
Levando em conta esse histórico, como ele afeta, contamina ou influencia as práticas de artistas que vêm de outros lugares? As conversas com os residentes serão pautadas pela escuta atenta, mas sem deixar de fora as questões que o território apresenta.
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